terça-feira, 5 de novembro de 2013

Agregando valor a quem?

Essa semana fomos pegos por um vídeo tão ofuscante quanto a champanhe da balada com velas de estrelinhas.
Para quem não sabe do que se trata, essa semana a revista Veja São Paulo produziu uma matéria que pouco agregou ao camarote, muito menos a vida de seus leitores. Contando resumidamente, a revista acompanhou por uma noite, a vida de um empresário paulistano, aparentemente bem afortunado, de 39 anos. A situação: noite de balada com amigos, mulheres, dinheiro, champanhe, carrão, Instagram e camarote.


No vídeo ele relata toda a exclusividade que o dinheiro lhe dá, e dita uma espécie de manual para ser bem visto na noite. O irônico é que, em vez de parecer bacana, o cara ficou parecendo um banana, mesmo.
Com ar de soberba, e ao mesmo tempo de carência, ele relata que você PRECISA, ter um carrão, trazer garrafas e mais garrafas de champanhe ao camarote, todas com aquelas velas que soltam estrelinha, cultivar amizades com famosos e ter muitas mulheres bonitas a sua volta. (E homens também?)

Tirando a excentricidade de suas atitudes, pois, cada um leva a vida e gasta o dinheiro da forma que lhe convém, ficou evidente uma forte inversão dos valores humanos.
Na vida deste Paulistano, a felicidade, ou melhor, o nível de status e popularidade, pode ser medido em "camarotes". (Oi?) 

Isso mesmo. A definição se algo é bacana, ou não, é se ele "agrega valor ao camarote". Se você é feio, você não agrega valor ao camarote. Se você não tem uma conta no Instagram, você não agrega valor ao camarote. Se você é menos afortunado, você não agrega valor ao camarote. Se você não possui uma Ferrari, você com certeza não agrega valor ao camarote.

Se ele é o rei do camarote, não sabemos, mas, com certeza virou o rei da piada. Vários internautas desaprovaram e tiraram sarro da situação em que o engomadinho se colocou. Outros, por sua vez, criticaram, e muito, a revista Veja São Paulo, inclusive citando e sugerindo pautas com assuntos mais sérios que o semanário deveria cobrir.
 
Na verdade, esse vídeo trouxe a tona a nossa capacidade de rir, mas, também, de refletir sobre o que realmente importa na vida. Pensar e avaliar, sem o clichê habitual que se dá nesses casos, se o que realmente importa no final da noite é o champanhe bebido e o dinheiro gasto, ou, uma companhia bacana e verdadeira, seja de quem for?

No meio desse turbilhão de futilidades, esperamos que o Alexander não seja o telespectador solitário de sua própria vida milionária, assistindo do alto do seu camarote suas experiências compradas, e suas garrafas de champanhe tão vazias quanto ele.



Lembrem-se crianças, humildade (sempre) agrega o camarote!

Beijos,

Juli.

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